sábado, 21 de julho de 2018

Livro: "Entre o sereno e os teares"

O tambu repicava célere no momento em que o pardo Trindade percebeu a presença de Benedita que requebrava os quadris, segurando uma ponta da saia comprida, dançando o batuque. Passava da meia noite e as labaredas da fogueira já não mais tentavam ofender a abóboda celestial. Porém, nos pés dos dançadores, o ânimo continuava o mesmo, alimentado pelo álcool e pelo prazer do exercício do corpo em liberdade.
Naqueles idos do final do século XIX, em Sorocaba, o batuque tinha de ser realizado nos arrabaldes, pois qualquer reclamação poderia servir de pretexto para a repressão policial. Dizer sobre arrabalde naquela época não tem a mesma conotação de hoje. O que se considerava como “afastado do centro” é atualmente a região central da cidade. Para os lados da Praça Frei Baraúna, por exemplo, era comum a ocorrência do batuque. As residências de famílias estavam um pouco mais distantes, permitindo esses poucos espaços de liberdade de expressão para os negros que reverenciavam os seus ancestrais com a música e a dança.(...)

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Edição Costelas Felinas - livros e revistas artesanais.



Primeiro romance de Carlos Carvalho Cavalheiro, conta a história de um malandro e de uma operária vivendo na cidade de Sorocaba nos anos 1920 a 1930.