(A bandeira monocromática verde do regime de Kadafi vem sendo substituída pela antiga bandeira da monarquia. Como se chegou a esse retrocesso?)
Por Carlos Carvalho Cavalheiro 22/02/2011 às 22:27
Há algum tempo não se ouvia falar em Muamar Kadafi, o coronel líbio que, aos 27 anos liderou uma revolução de caráter socialista-islâmico pondo fim ao reinado absolutista e corrupto do rei Idris I.
Desde 1951, Idris comandava o país que, a despeito de possuir petróleo, contava com uma população extremamente pobre e uma economia frágil. A renda per capita era estimada, naquela época, em 40 dólares. Liderando um grupo de soldados e oficiais rebeldes, em setembro de 1969, Kadafi liderou uma revolução que mudou os rumos do país e acabou com o reinado de 18 anos de Idris.
Na década de 1970, o mesmo Muamar Kadafi lança "O Livro Verde", no qual expõe suas ideias para a reconstrução de um país baseado em valores como a Democracia direta (sem representantes políticos), o socialismo islâmico e uma nova sociedade pautada pela organização tradicional.
Hoje vemos toda essa História entrando numa espiral de descaminho, se contradizendo e desmentindo sua própria consciência. O mesmo homem que disse: "Nada pode substituir o povo" e que "A democracia é o poder do povo pelo povo"; é o mesmo que autoriza e ordena ataques genocidas a esse mesmo povo quando este ousa exercer o que lhe é mais legítimo: o direito de escolher seu próprio destino!
O sonho da República Livre e soberana se desfaz com a triste realidade que se imprime nos jornais: centenas de pessoas estão sendo mortas na Líbia e já não há como distinguir o atual regime com aquele derrubado na década de 1950.
Através dos ideais da revolução líbia criou-se uma organização intitulada Mathaba, cujo um dos princípios é "prestar solidariedade aos povos que lutam pela sua emancipação".
É o caso de se perguntar: Não passou da hora da Mathaba ajudar a própria Líbia?
Como no livro "A Revolução dos Bichos", de George Orwell, nos deparamos com a cena em que homens e porcos se juntam e o povo, que a tudo assiste, cria a consciência de que, assim juntos, não há como distingui-los.
22.02.2011.
Carlos Carvalho Cavalheiro
extraído de: http://prod.midiaindependente.org/pt/blue/2011/02/487222.shtml
Há algum tempo não se ouvia falar em Muamar Kadafi, o coronel líbio que, aos 27 anos liderou uma revolução de caráter socialista-islâmico pondo fim ao reinado absolutista e corrupto do rei Idris I.
Desde 1951, Idris comandava o país que, a despeito de possuir petróleo, contava com uma população extremamente pobre e uma economia frágil. A renda per capita era estimada, naquela época, em 40 dólares. Liderando um grupo de soldados e oficiais rebeldes, em setembro de 1969, Kadafi liderou uma revolução que mudou os rumos do país e acabou com o reinado de 18 anos de Idris.
Na década de 1970, o mesmo Muamar Kadafi lança "O Livro Verde", no qual expõe suas ideias para a reconstrução de um país baseado em valores como a Democracia direta (sem representantes políticos), o socialismo islâmico e uma nova sociedade pautada pela organização tradicional.
Hoje vemos toda essa História entrando numa espiral de descaminho, se contradizendo e desmentindo sua própria consciência. O mesmo homem que disse: "Nada pode substituir o povo" e que "A democracia é o poder do povo pelo povo"; é o mesmo que autoriza e ordena ataques genocidas a esse mesmo povo quando este ousa exercer o que lhe é mais legítimo: o direito de escolher seu próprio destino!
O sonho da República Livre e soberana se desfaz com a triste realidade que se imprime nos jornais: centenas de pessoas estão sendo mortas na Líbia e já não há como distinguir o atual regime com aquele derrubado na década de 1950.
Através dos ideais da revolução líbia criou-se uma organização intitulada Mathaba, cujo um dos princípios é "prestar solidariedade aos povos que lutam pela sua emancipação".
É o caso de se perguntar: Não passou da hora da Mathaba ajudar a própria Líbia?
Como no livro "A Revolução dos Bichos", de George Orwell, nos deparamos com a cena em que homens e porcos se juntam e o povo, que a tudo assiste, cria a consciência de que, assim juntos, não há como distingui-los.
22.02.2011.
Carlos Carvalho Cavalheiro
extraído de: http://prod.midiaindependente.org/pt/blue/2011/02/487222.shtml