quarta-feira, 31 de março de 2010

Uma dica de filme: QUANTO VALE OU É POR QUILO? , do diretor Sérgio Bianchi.



O filme faz uma leitura sobre as raízes históricas da miséria no Brasil e como a exploração se perpetua nas relações sociais, incluindo a manutenção de organizações do Terceiro Setor para combate a probreza (segundo dados expostos no filme, a manutenção de toda essa estrutura daria para dizimar a miséria no país, mas ao contrário, o que ocorre é a continuidade e o aumento das desigualdades sociais).

Há um site sobre o filme, com sinopse e tudo mais:

http://www.quantovaleoueporquilo.com.br/

Também, no site:

http://www.interfilmes.com/filme_15155_Quanto.Vale.Ou.E.Por.Quilo.-(Quanto.Vale.Ou.E.Por.Quilo.).html#Comentario

Domingo...


Fonte da imagem: http://3.bp.blogspot.com/_lIAHiWXNjRc/R7xwpPYgGsI/AAAAAAAAAUA/IG1yYg0RcIw/s400/Z.jpg



Domingo

Hoje é domingo... e nossos medos estão soltos.

Medo da segunda-feira

Medo da mula-sem-cabeça

medo de abdução, medo da exclusão,

medo da solidão, mesmo estando acompanhado

medo da prisão dos nossos lares

da miséria e da corrupção

mas medo maior de todos:

o de perder a indignação.

Carlos Carvalho Cavalheiro.

Um nome esquecido na História da Abolição


Praticamente estamos em abril e o tempo correu... voou... Logo chegaremos à Maio, data em que, há 122 anos, a escravidão deixou de ser uma prática legal no Brasil. Já falei aqui do Preto Pio, líder escravo que conduziu uma massa de centenas de cativos de Capivari, no interior paulista, até o Quilombo do Jabaquara (entre Santos e Cubatão). Mas há um outro personagem que gostaria de lembrar: o advogado e jornalista Antônio Bento. Foi ele quem organizou a Ordem dos Caifazes, sociedade abolicionista paulista que partiu para a luta aberta contra a escravidão, organizando fugas em massas das fazendas, estourando cadeados das senzalas, conduzindo os negros até o Jabaquara e dando assitência em todo o trajeto da fuga. Sem a atuação da Ordem dos Caifazes, provavelmente a escravidão ainda perduraria por alguns anos. Foi a fuga em massa de escravos que tornou insustentável a instituição escravocrata. Antônio Bento de Sousa e Castro foi uma figura lembrada e celebrada nos anos que sucederam à libertação dos escravos (13 de Maio). Gradualmente, foi sendo esquecido, especialmente depois de sua morte em 1898.

Antônio Bento foi ainda redator de um jornal abolicionista, A Redempção, o que demonstra o quanto percebia que a luta contra a escravidão (e por que não, contra o preconceito?) merece e carece de posicionamento em vários setores.

Um viva à memória de Antônio Bento.

Contra a escravidão no Brasil


Papo antigo? Escravidão não existe mais no Brasil? Legalmente, a escravidão foi abolida em 13 de Maio de 1888. Porém, ainda continua sendo uma prática comum, especialmente com os trabalhadores rurais. Há cerca de dois anos, 52 trabalhadores rurais foram encontrados em situação de escravidão no município de Porto Feliz, distante 110 km da capital paulista. Uma vergonha! Apesar de ilegal, a promoção da escravidão ainda não é exemplarmente condenada ou coibida. Por isso, tramita no Congresso Nacional uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC) de número 438/2001, que prevê, entre outras coisas, o confisco de terras em que se utilizam o trabalho escravo, para fins de reforma agrária. Há um abaixo assinado pedindo a votação dessa PEC e que está rolando na internet no endereço: http://www.trabalhoescravo.org.br/abaixo-assinado/

Abaixo, a íntegra da PEC 438/2001

Projeto: PEC 438/2,001 (antigo PEC 57/1999)
Área: xx Assunto: Trabalho escravo.
Autor: Sen. Ademir Andrade Origem: Senado Federal
Ementa: Dá nova redação ao art. 243 da Constituição Federal (Estabelecendo a pena de perdimento da gleba onde for constada a exploração de trabalho escravo; revertendo a área ao assentamento dos colonos que já trabalhavam na respectiva gleba).*
Relator: Dep. Tarcisio Zimmermann (PT/RS)

terça-feira, 23 de março de 2010

Não ao Racismo




Não sou propriamente um fã do Gabriel, O Pensador. Porém, a letra abaixo fala, com muita propriedade, de um tema que ainda assombra a nossa sociedade construída sobre os alicerces da escravidão: o racismo. E Gabriel avisa: Racismo é burrice!

Racismo É Burrice
Gabriel Pensador
Composição: Gabriel O Pensador

Salve, meus irmãos africanos e lusitanos, do outro lado do oceano
"O Atlântico é pequeno pra nos separar, porque o sangue é mais forte que a água do mar"
Racismo, preconceito e discriminação em geral;
É uma burrice coletiva sem explicação
Afinal, que justificativa você me dá para um povo que precisa de união
Mas demonstra claramente
Infelizmente
Preconceitos mil
De naturezas diferentes
Mostrando que essa gente
Essa gente do Brasil é muito burra
E não enxerga um palmo à sua frente
Porque se fosse inteligente esse povo já teria agido de forma mais consciente
Eliminando da mente todo o preconceito
E não agindo com a burrice estampada no peito
A "elite" que devia dar um bom exemplo
É a primeira a demonstrar esse tipo de sentimento
Num complexo de superioridade infantil
Ou justificando um sistema de relação servil
E o povão vai como um bundão na onda do racismo e da discriminação
Não tem a união e não vê a solução da questão
Que por incrível que pareça está em nossas mãos
Só precisamos de uma reformulação geral
Uma espécie de lavagem cerebral

Racismo é burrice

Não seja um imbecil
Não seja um ignorante
Não se importe com a origem ou a cor do seu semelhante
O quê que importa se ele é nordestino e você não?
O quê que importa se ele é preto e você é branco
Aliás, branco no Brasil é difícil, porque no Brasil somos todos mestiços
Se você discorda, então olhe para trás
Olhe a nossa história
Os nossos ancestrais
O Brasil colonial não era igual a Portugal
A raiz do meu país era multirracial
Tinha índio, branco, amarelo, preto
Nascemos da mistura, então por que o preconceito?
Barrigas cresceram
O tempo passou
Nasceram os brasileiros, cada um com a sua cor
Uns com a pele clara, outros mais escura
Mas todos viemos da mesma mistura
Então presta atenção nessa sua babaquice
Pois como eu já disse racismo é burrice
Dê a ignorância um ponto final:
Faça uma lavagem cerebral

Racismo é burrice

Negro e nordestino constróem seu chão
Trabalhador da construção civil conhecido como peão
No Brasil, o mesmo negro que constrói o seu apartamento ou o que lava o chão de uma delegacia
É revistado e humilhado por um guarda nojento
Que ainda recebe o salário e o pão de cada dia graças ao negro, ao nordestino e a todos nós
Pagamos homens que pensam que ser humilhado não dói
O preconceito é uma coisa sem sentido
Tire a burrice do peito e me dê ouvidos
Me responda se você discriminaria
O Juiz Lalau ou o PC Farias
Não, você não faria isso não
Você aprendeu que preto é ladrão
Muitos negros roubam, mas muitos são roubados
E cuidado com esse branco aí parado do seu lado
Porque se ele passa fome
Sabe como é:
Ele rouba e mata um homem
Seja você ou seja o Pelé
Você e o Pelé morreriam igual
Então que morra o preconceito e viva a união racial
Quero ver essa música você aprender e fazer
A lavagem cerebral

Racismo é burrice

O racismo é burrice mas o mais burro não é o racista
É o que pensa que o racismo não existe
O pior cego é o que não quer ver
E o racismo está dentro de você
Porque o racista na verdade é um tremendo babaca
Que assimila os preconceitos porque tem cabeça fraca
E desde sempre não pára pra pensar
Nos conceitos que a sociedade insiste em lhe ensinar
E de pai pra filho o racismo passa
Em forma de piadas que teriam bem mais graça
Se não fossem o retrato da nossa ignorância
Transmitindo a discriminação desde a infância
E o que as crianças aprendem brincando
É nada mais nada menos do que a estupidez se propagando
Nenhum tipo de racismo - eu digo nenhum tipo de racismo - se justifica
Ninguém explica
Precisamos da lavagem cerebral pra acabar com esse lixo que é uma herança cultural
Todo mundo que é racista não sabe a razão
Então eu digo meu irmão
Seja do povão ou da "elite"
Não participe
Pois como eu já disse racismo é burrice
Como eu já disse racismo é burrice

Racismo é burrice

E se você é mais um burro, não me leve a mal
É hora de fazer uma lavagem cerebral
Mas isso é compromisso seu
Eu nem vou me meter
Quem vai lavar a sua mente não sou eu
É você.



Fonte: http://letras.terra.com.br/gabriel-pensador/137000/

Sacco e Vanzetti


Nicola Sacco e Bartolomeo Vanzetti eram italianos e anarquistas que viviam nos EUA. Foram injustamente acusados de um crime e condenados à morte, simplesmente porque eram italianos e anarquistas. Uma perseguição étnica e de consciência. Mais uma das manchas dos Tribunais dos Estados Unidos. Um exemplo, também, de intolerância!

A história deles virou filme (ver sinopse abaixo), um belíssimo filme - diga-se - embora com história triste (e, pior, verdadeira). Vale a pena assistir e, ainda de quebra, ouvir a bela voz de Joan Baez que canta uma das músicas do filme.

Para quem gosta de mais detalhes, a dica é ler o livro homônimo de Howard Fast. A música do filme é de Enio Morricone (quem gosta de Bang-Bang à italiana sabe de quem estou falando).

Alguém já estourou as pipocas?

Carlos Carvalho Cavalheiro.

Sacco e Vanzetti
(Sacco e Vanzetti)
ano de lançamento ( Itália ) : 1971
direção: Giuliano Montaldo
atores: Gian Maria Volonté , Riccardo Cucciolla , Cyril Cusack , Rosanna Fratello , Geoffrey Keen
duração: 01 hs 59 min
sinopse
Boston, início dos anos 20. Nicola Sacco (Riccardo Cucciolla) e Bartolomeo Vanzetti (Gian Maria Volonté) são dois imigrantes italianos, sendo o primeiro um sapateiro e o outro um peixeiro, que são detidos pela polícia. Ninguém negava que eram anarquistas, na verdade eles mesmo admitiam, pois acreditavam que era a única forma de o homem ser explorado pelo homem. Porém era duvidoso que Sacco e Vanzetti fossem culpados de um assassinato, que aconteceu em 15 de abril de 1920. O julgamento deles deixou de ser algo baseado na justiça e sim na política, pois deviam ser condenados por serem estrangeiros e seguirem uma doutrina política que se opunha ao conservadorismo, que tinha as rédeas do poder nos Estados Unidos.
descrição:
Dois imigrantes anarquistas são presos e acusados de terem cometido um assassinato nos Estados Unidos dos anos 20.
ficha técnica:
título original:Sacco e Vanzetti
gênero:Drama
duração:01 hs 59 min
ano de lançamento:1971
site oficial:
estúdio:Unidir Largo Messina / Italoneggio Cinematografico / Jolly Film / Theatre Le Rex S.A.
distribuidora:Universal Marion Corporation
direção: Giuliano Montaldo
roteiro:Fabrizio Onofri e Giuliano Montaldo, baseado em história de Giuliano Montaldo, Fabrizio Onofri e Mino Roli
produção:Arrigo Colombo e Giorgio Papi
música:Ennio Morricone
fotografia:Silvano Ippoliti
direção de arte:
figurino:Enrico Sabbatini
edição:Nino Baragli
efeitos especiais:
elenco:
Gian Maria Volonté (Bartolomeo Vanzetti)
Riccardo Cucciolla (Nicola Sacco)
Cyril Cusack (Frederick Katzmann)
Rosanna Fratello (Rosa Sacco)
Geoffrey Keen (Juiz Webster Thayer)
Milo O'Shea (Fred Moore)
William Prince (William Thompson)
Claude Mann (Jornalista)

quinta-feira, 11 de março de 2010

GIG Punk

Toque do amigo Zorel: Gig Punk no dia 13 de março de 2010, com as bandas Warcry, Armagedom, SubOrdem...
Onde?
Rua Carlos André Isse, 150 - Vila Assis, Sorocaba / SP.
Zorel é promotor de diversos espetáculos de música e cultura Punk e anarcopunk. Sem apoio do Poder Público, Zorel já trouxe para Sorocaba bandas de várias partes do mundo.
Infelizmente, ainda existe preconceito em relação a muitos segmentos culturais, entre eles, a cultura Punk.

sábado, 6 de março de 2010

Scenas da Escravidão


Não sou muito afeito a escrever sobre os livros que publiquei. Dá a impressão de autopromoção, de fogo de vaidade, etc. No entanto, hoje fiquei com vontade de dizer algo sobre um livro que publiquei em 2006: "Scenas da Escravidão". Trata-se de um ensaio sobre a escravidão negra em Sorocaba, com a intenção de ser um livro de referências sobre o assunto. Após a publicação, recebi informações interessantes que complementam o estudo em questão. Uma dessas informações encontrei num exemplar do antigo jornal cultural D.O. Leitura, publicado pela Imprensa Oficial do Estado de São Paulo (IMESP). Tal informação versa sobre a existência de um culto afrobrasileiro com o nome de cambinda. O interessante é que, verificando outras fontes - inclusive relatos registrados em Scenas da Escravidão - percebi que muitos negros acusados de feitiçaria tinham por sobrenome (ou apelido) o termo Cambinda.

Será uma designação a antigos chefes de cultos de matriz africana que se desenvolveram no Brasil?

Algo a se pensar...

Domingo na Praça - Show com Menino Josué


Será neste domingo, dia 07 de março de 2010, em Sorocaba: Show de vários artistas, entre eles Menino Josué, natural de Alagoas, mas que residiu boa parte de sua vida em Sorocaba e, agora, mora em Londres. Josué tem influências de vários cantores e compositores da nossa MPB como Elomar, Walter Franco, Chico Buarque entre outros.

Vale a pena conferir!

segunda-feira, 1 de março de 2010

Dia 8 de Março...























Dia 08 de Março está chegando...


Dia Internacional da Mulher! Porém, é e nasceu como Dia da Luta pela emancipação da mulher. Talvez, poucos saibam, mas essa História começou com uma greve das operárias tecelãs estadunidenses de Nova Iorque, que lutavam pela redução da excessiva jornada de trabalho. Isso foi em 1857. Os patrões da fábrica Cotton, mancomunados com a polícia, atearam fogo na fábrica, onde estavam alojadas 129 operárias que morreram sufocadas e queimadas. Dizem que para se proteger das chamas, essas operárias usaram tecidos fabricados naquela empresa, os quais eram da cor lilás (por isso o lilás teria se tornado a cor da luta feminista).


Quero lembrar, ainda, outra figura espetacular e que tive o privilégio de conhecer: a líder operária Salvadora Lopes Peres. Foi a primeira mulher a ser eleita vereadora em Sorocaba, no ano de 1947, embora não pôde assumir a cadeira por ter sido cassada, acusada de ser membro do Partido Comunista.


Salvadora Lopes foi defensora ferrenha dos ideais de liberdade e ousou manter o dom sagrado da indignação (como diria Bakunin) até o seu último dia de vida nesta terra.







Foto Salvadora: Werinton Kermes