domingo, 25 de novembro de 2012

Sobre o futuro da Secretaria de cultura de Sorocaba


Um pedido ao prefeito eleito de Sorocaba
Prezado sr. Antonio Carlos Pannunzio:
Logo após o anúncio do resultado das eleições municipais deste ano, acompanhei uma de suas entrevistas na impressa local dizendo sobre a diminuição do número de secretarias em seu governo.
Entendo, obviamente, a necessidade da contenção dos "gastos", especialmente numa cidade com o porte de Sorocaba, a qual exige intervenções nas mais diversas áreas. Disso não resta dúvidas, assim como é indubitável a dificuldade do administrador público no que concerne às escolhas que deve fazer dentro das limitações do orçamento.
Por outro lado, algo me preocupa muito. Não raramente, os gestores públicos, quando se fala em cortes ou reduções de custos, elegem a cultura como uma das ovelhas preferidas para o holocausto.
O que me preocupa, portanto, é a possibilidade da extinção da Secretaria de Cultura e sua possível fusão com outra secretaria qualquer.
Preocupa-me porquanto o histórico de luta para a criação de uma secretaria específica relacionada à cultura demandou esforços de inúmeras pessoas que militam nessa área. Preocupa-me ainda porque, em geral, considera-se a cultura como se fosse um "supérfluo", sem perceber que o ser humano é muito mais que um corpo que transita por ruas e prédios e que, com o seu trabalho, gera riquezas materiais para a cidade. Cultura é muito mais do que eventos. Cultura transcende a arte - esta é apenas um aspecto daquela - e tem a ver com a formação da identidade de um povo.
De nada adiantam prédios, pontes, monumentos, etc... se não temos um povo que se identifica com tudo isso. Daí a necessidade de políticas públicas de gestão cultural. E tal tarefa não pode - ou não devia - ficar atrelada a outra secretaria que não fosse a específica de Cultura.
Isso porque, como casualmente se faz, emendam-se Cultura e Educação, por exemplo, as quais possuem demandas distintas e caráter e espírito diversos. Não divergentes, mas diversos. E se encontramos algum ponto de contato entre ambas, é porque nenhuma área é isolada e compartimentada, possuindo faces de tangência umas com as outras. Assim, Educação tem a ver com Saúde, por exemplo. Mas não se pode, em perfeito juízo, propor que as duas pastas sejam amalgamadas formando uma só.
Por tudo isso, sr. Prefeito eleito (perdoe o eco), peço, caso seja a sua intenção em extinguir a secretaria de Cultura, que repense, devido a importância e características dessa pasta.
O senhor, que foi presidente de uma das mais importantes fundações culturais do país, o Memorial da América Latina, certamente sabe disso.
Carlos Carvalho Cavalheiro

terça-feira, 13 de novembro de 2012

Escritor busca recursos para lançar livro sobre personalidades negras

 
Obra “Nossa gente negra”, do sorocabano Carlos Carvalho Cavalheiro, reúne mais de 30 biografias de afrodescendentes que ajudaram a construir a história da cidade
 
http://www.diariodesorocaba.com.br/site2010/materia2.php?id=223101
publicado em: 11/11/2012 às 01h05:

Texto:


Escritor Carlos Carvalho Cavalheiro está em busca de apoio para publicação de sua obra (Foto: Jota Abreu)
Ressaltar a importância do negro na história de Sorocaba é o objetivo da obra “Nossa gente negra”, do pesquisador e escritor sorocabano Carlos Carvalho Cavalheiro. O livro reúne mais de 30 biografias de afrodescendentes que fizeram e fazem parte da história da cidade, desde sua fundação até os dias atuais. Personalidades como João de Camargo, Alzira Corrêa (Alzira Sucuri), Luiz Leopoldino Mascarenhas (primeiro vereador negro da cidade), Achilles Campolim (empresário que dá nome ao bairro) e Nhá Quitéria compõem as páginas do livro, cujos biografados são todos falecidos, com exceção de dois: Sr. José Marciano e a professora Ondina Seabra, que tiveram suas vidas retratadas devido a seus históricos de vida e pelo fato de terem mais de 80 anos de idade. O Sr. José Marciano é o último diretor vivo da primeira diretoria do Clube “28 de Setembro”, fundado em 1945; já a professora Ondina Seabra é possivelmente a última pessoa viva que participou da “Frente Negra” de Sorocaba.

Em suma, “Nossa gente negra” busca resgatar histórias de vida que possam servir de exemplos positivos para a nova geração de sorocabanos, debruçada sobre a Lei 11645/08, que obriga o ensino da história e cultura afro-brasileira e ameríndia nas escolas. O autor explica que a idéia de escrever o livro surgiu em novembro do ano passado, durante a “Marcha para Zumbi” na Igreja João de Camargo. “Percebi que se falava muito em Zumbi, mas pouco sobre aqueles que ajudaram a construir a história da cidade; a intenção é que os sorocabanos de hoje conheçam mais a trajetória do município, inclusive a relevância dos negros nela”. Carlos Cavalheiro ressalta, no entanto, que não se trata de “promover esta ou aquela etnia”, mas de dar o devido valor e reconhecimento a todos que contribuíram com a edificação da Sorocaba de hoje. “A intenção aqui não é dividir memória da cidade em ‘negros’ e ‘não-negros’, mas oferecer informações pouco divulgadas sobre a presença do afrodescendente na história da cidade”, conta. Para produzir o livro, Cavalheiro revela que buscou dados em cartórios, jornais, junto às famílias dos falecidos, em documentos diversos e até em prontuários de cemitérios. “Coletei informações dos mais diversos lugares, desde reportagens de jornais até prontuários de cemitérios”, diz.

Estão retratados no livro escravizados que lutaram pela liberdade como o Preto Pio e o Generoso; lideranças negras como João de Camargo, Vó Cida da Vila Amélia e Salerno das Neves (este último foi o primeiro presidente da Frente Negra); artistas como o bailarino Maia Júnior, Thereza Marciano (do Coral da Família Marciano e do Salão Afro's) e o cantor Violão; a primeira manequim (modelo) de Sorocaba (a Kal); promotores da cultura popular como Daniel Araújo, João Davi (ambos cururueiros), Josias Alves e Zé Jaú (jogadores de capoeira e pernada) e Ercílio Nazário (folião de Santos Reis); lideranças políticas como o primeiro vereador negro da cidade, Luiz Leopoldino Mascarenhas, conhecido como Luiz Pequeno; carnavalescos como Mestre Lazinho e Vadeco; empresários como Achilles Campolim; intelectuais como Jorge Narciso de Matos, além de tipos populares como o "Ba-ba-bá", a Alzira Sucuri, o Adocicada, Nhá Quitéria e o Dito Vassourinha.

EM BUSCA DE APOIO - Carlos busca recursos para lançar “Nossa gente negra”. A diagramação e revisão do livro, a cargo da Editora Crearte, já estão prontas; o que falta é verba para que a obra seja impressa e chegue às mãos dos leitores. Até o momento o autor só recebeu ajuda do Sindicato dos Rodoviários e da Paróquia Nossa Senhora Auxiliadora. Quem quiser colaborar pode entrar em contato pelo telefone (15) 3318-2625 ou pelo e-mail carloscavalheiro@yahoo.com.br

Conservatório de Tatuí realiza o 4º Torneio Estadual de Cururu

A dupla Buenão e Esmeraldinho, de Capela do Alto, foi a grande vencedora do 4ºTorneio Estadual de Cururu de 2012, realizado pelo Conservatório de Tatuí, instituição da Secretaria de Estado da Cultura. A segunda colocação ficou com os tatuianos Zé Pinto e Zacarias. João Zarias e Lino Jacinto, de Pardinho, e Gilmar Ignácio e Paulo Galores, de Cerquilho, foram terceiro e quarto colocados, respectivamente.
A premiação total distribuída entre os participantes foi de R$ 2.800, sendo R$ 1 mil para o vencedor e R$ 800, R$ 600 e R$ 400 oferecidos às duplas que terminaram em 2º, 3º e 4º lugar. Neste ano, quem levou o Troféu Airton Pires, em homenagem ao importante cururueiro tatuiano do passado, foi Zacarias Camargo.
O torneio integra a etapa “Raiz e Tradição”, uma das três ações realizadas pelo Festival de MPB, que também inclui o Certame da Canção e o Painel Instrumental. Além disso, o Torneio visa a estimular a difusão do cururu no Estado de São Paulo e pretende compor a integração e a promoção do intercâmbio entre os cururueiros.
O júri formado por Rui Torneze, professor, maestro da orquestra paulistana de viola caipira, Eduardo Escalante, professor de música aposentado da Unesp, com doutorado sobre o cururu, e Carlos Carvalho Cavalheiro, professor de história e também pesquisador do assunto, julgaram os embates. A bancada avaliou itens como Abertura, Interpretação, Afinação, Ritmo/Entrosamento com o Violeiro e Presteza na Resposta e na Sequência do Tema Sorteado/ Respeito ao Tempo Delimitado.
Participaram do Torneio duplas das cidades de Porto Feliz, Cerquilho, Tatuí, Capela do Alto, Pardinho, São Manuel, Cesário Lange, Botucatu. A apresentação do evento ficou a cargo do sorocabano Nerci José, o Falinha, conhecido apresentador de shows e torneios de cururu.
O Torneio Estadual Cururu é um evento realizado pelo Governo do Estado de São Paulo, Secretaria de Estado da Cultura, por intermédio do Conservatório de Tatuí.
Concurso de Luteria
Além do 4º Torneio Estadual de Cururu, visando fomentar a cultura caipira, o Conservatório de Tatuí realizou o 4º Concurso Nacional de Luteria Enzo Bertelli– Modalidade Viola Caipira. Dentre os inscritos, o vencedor foi o luthier Antonio Donizete de Oliveira Júnior, da cidade de Cesário Lange. Ele levou uma medalha e o prêmio de R$ 7 mil. O segundo colocado foi Vanderlei de Campos, que ganhou R$ 5.500, e o terceiro, com a premiação de R$ 3.500, Marcos Roberto Portes.
O Concurso Nacional de Luteria Enzo Bertelli foi criado no ano de 2008 e é pioneiro no país. Realizado bianualmente, o concurso visa a premiar talentos da fabricação de instrumentos de diferentes modalidades e divulgar a arte de luteria. Os instrumentos que conquistarem premiações serão integrados ao acervo do Conservatório de Tatuí.
Enzo Bertelli foi um luthier italiano de renome internacional. Ele tem trabalhos catalogados no Dicionário Universal dos Lutiers e na Enciclopédia da Tchecoslováquia – espécies de bíblias desta profissão muito rara, que exige precisão e dedicação. Bertelli fundou, em agosto de 1980, o curso de luteria do Conservatório de Tatuí.
 
Fonte: Assessoria de Comunicação do Conservatório de Tatuí / SP