Obra “Nossa gente negra”, do sorocabano Carlos Carvalho Cavalheiro, reúne mais de 30 biografias de afrodescendentes que ajudaram a construir a história da cidade | ||||
http://www.diariodesorocaba.com.br/site2010/materia2.php?id=223101 | ||||
publicado em: 11/11/2012 às 01h05: | ||||
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Ressaltar a importância do negro na história de Sorocaba é o objetivo da obra “Nossa gente negra”, do pesquisador e escritor sorocabano Carlos Carvalho Cavalheiro. O livro reúne mais de 30 biografias de afrodescendentes que fizeram e fazem parte da história da cidade, desde sua fundação até os dias atuais. Personalidades como João de Camargo, Alzira Corrêa (Alzira Sucuri), Luiz Leopoldino Mascarenhas (primeiro vereador negro da cidade), Achilles Campolim (empresário que dá nome ao bairro) e Nhá Quitéria compõem as páginas do livro, cujos biografados são todos falecidos, com exceção de dois: Sr. José Marciano e a professora Ondina Seabra, que tiveram suas vidas retratadas devido a seus históricos de vida e pelo fato de terem mais de 80 anos de idade. O Sr. José Marciano é o último diretor vivo da primeira diretoria do Clube “28 de Setembro”, fundado em 1945; já a professora Ondina Seabra é possivelmente a última pessoa viva que participou da “Frente Negra” de Sorocaba.
Em suma, “Nossa gente negra” busca resgatar histórias de vida que possam servir de exemplos positivos para a nova geração de sorocabanos, debruçada sobre a Lei 11645/08, que obriga o ensino da história e cultura afro-brasileira e ameríndia nas escolas. O autor explica que a idéia de escrever o livro surgiu em novembro do ano passado, durante a “Marcha para Zumbi” na Igreja João de Camargo. “Percebi que se falava muito em Zumbi, mas pouco sobre aqueles que ajudaram a construir a história da cidade; a intenção é que os sorocabanos de hoje conheçam mais a trajetória do município, inclusive a relevância dos negros nela”. Carlos Cavalheiro ressalta, no entanto, que não se trata de “promover esta ou aquela etnia”, mas de dar o devido valor e reconhecimento a todos que contribuíram com a edificação da Sorocaba de hoje. “A intenção aqui não é dividir memória da cidade em ‘negros’ e ‘não-negros’, mas oferecer informações pouco divulgadas sobre a presença do afrodescendente na história da cidade”, conta. Para produzir o livro, Cavalheiro revela que buscou dados em cartórios, jornais, junto às famílias dos falecidos, em documentos diversos e até em prontuários de cemitérios. “Coletei informações dos mais diversos lugares, desde reportagens de jornais até prontuários de cemitérios”, diz.
Estão retratados no livro escravizados que lutaram pela liberdade como o Preto Pio e o Generoso; lideranças negras como João de Camargo, Vó Cida da Vila Amélia e Salerno das Neves (este último foi o primeiro presidente da Frente Negra); artistas como o bailarino Maia Júnior, Thereza Marciano (do Coral da Família Marciano e do Salão Afro's) e o cantor Violão; a primeira manequim (modelo) de Sorocaba (a Kal); promotores da cultura popular como Daniel Araújo, João Davi (ambos cururueiros), Josias Alves e Zé Jaú (jogadores de capoeira e pernada) e Ercílio Nazário (folião de Santos Reis); lideranças políticas como o primeiro vereador negro da cidade, Luiz Leopoldino Mascarenhas, conhecido como Luiz Pequeno; carnavalescos como Mestre Lazinho e Vadeco; empresários como Achilles Campolim; intelectuais como Jorge Narciso de Matos, além de tipos populares como o "Ba-ba-bá", a Alzira Sucuri, o Adocicada, Nhá Quitéria e o Dito Vassourinha.
EM BUSCA DE APOIO - Carlos busca recursos para lançar “Nossa gente negra”. A diagramação e revisão do livro, a cargo da Editora Crearte, já estão prontas; o que falta é verba para que a obra seja impressa e chegue às mãos dos leitores. Até o momento o autor só recebeu ajuda do Sindicato dos Rodoviários e da Paróquia Nossa Senhora Auxiliadora. Quem quiser colaborar pode entrar em contato pelo telefone (15) 3318-2625 ou pelo e-mail carloscavalheiro@yahoo.com.br
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terça-feira, 13 de novembro de 2012
Escritor busca recursos para lançar livro sobre personalidades negras
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