As pernas do tempo são realmente velozes! Em janeiro de 1993 publiquei meus primeiros artigos, contos, poesias e cartas de leitor nos jornais "Cruzeiro do Sul" e "Diário de Sorocaba". Logo depois, brotaram textos em jornais culturais como o "Pedaços" (produzido pelo amigo Valdecy Alves), "Folha da Cidade" e "Sepé Tiaraju" (este último, batizado por mim).
Lá se vão 20 anos... Por acaso rememorei a data por conta de um artiguete que fiz discorrendo sobre o livro "Sacy-Pererê - Resultado de um Inquérito", do Monteiro Lobato. Dias atrás encontrei o texto e tomei consciência da passagem dos anos.
Quanta coisa aconteceu desde aquela época! 1991... Acabara de sair do Ensino Médio, cursado na ETE Prof. Rubens de Faria e Souza, onde tive uma breve experiência de militância no movimento estudantil. Ajudei a formar o "Grêmio União Democrata", nome dado pelo Marcelo de Souza. Particularmente, não gostava muito desse nome, parecia escola de samba ou time de futebol. No entanto, fiz tantas exigências para a formação desse Grêmio (uma delas, por exemplo, a de não ter "cargos" e nem "diretoria") que acabei relevando. Foi uma experiência marcante, tanto para mim quanto, penso, para outros. Desse grêmio, por exemplo, saíram militantes e até dois vereadores de Votorantim: o citado Marcelo de Souza e Joãozinho Queiroz.
Passeatas anti-Collor, no centro da cidade de Sorocaba (lembro-me de ter participado de duas que culminaram em manifestações na Praça Cel. Fernando Prestes) e uma em Votorantim.
Depois dessa fase, lembro-me de frequentar a Biblioteca Municipal no horário noturno. Na década de 1990, a Biblioteca Municipal de Sorocaba estava instalada num prédio ao lado da antiga "Concha Acústica" (nem existe mais). Ali se reuniam leitores, questionadores, pensadores... Lá foi gestado o jornal "Sepé Tiaraju" e de lá saíram textos para o mesmo.
Promovi uma exposição de desenhos naquela Biblioteca, intitulada "Bem aventurados os anônimos". A intenção era promover o trabalho de dois desenhistas que considero muito bons: Vanderlúcio e Waine Martins.
Foi nessa época que tomei coragem e comecei a enviar meus textos para os jornais de circulação diária pela cidade. Grande emoção ao ver o primeiro conto publicado: "O violinista da beira da estrada", que eu compusera uns anos antes.
"Teatro-Off", no final da rua XV de Novembro. Ajudei a promover um desafio de cururu naquele local. Assisti a muitas peças ali. Lembro-me do Álvaro Ramos (acho que na época ele ainda não era o "Mestre"), que eu conhecia do grupo "Olho da rua", tomando conta do pedaço. Flávio Alves, irmão do Valdecy, tinha um grupo que se apresentava ali. Acho que era "Livre pra voar", se não me engano. Excelente ator. Foi no Teatro Off que eu o conheci. Nessa mesma época conheci, também, Mário Pérsico e, ainda, Claudio Rangel.
Márcia Mah ajudou - ou fez tudo, eu não sei ao certo - a produzir um livro de poesias eróticas. Eu tenho um exemplar!!! Raridade.
Parece que o Teatro Off surgiu de uma dissidência do Espaço Cultural dos Metalúrgicos, da Rua da Penha.
Não tenho muita certeza, mas creio que sim. O "Diário de Sorocaba" ficava com a redação aberta durante a noite - não sei se ainda fica - e costumava levar textos para lá. Numa dessas idas eu conheci a senhora Filomena Magda Racca, amizade que perdura até hoje.
Tempo bom. Tempo de sonhos. Tempo de juventude! Agora sei o que sentia o poeta quando exprimia a saudade dos seus vinte anos...
Carlos Carvalho Cavalheiro
28.02.2013
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