sexta-feira, 30 de abril de 2010

Primeiro de Maio em Sorocaba


A LUTA PELA JORNADA DE OITO HORAS E O PRIMEIRO DE MAIO.

Não é recente a luta dos operários pela jornada de oito horas de trabalho diárias. Na América do Norte, o movimento operário pela redução da jornada de trabalho já registrava eventos desde o início do século XIX (1). A tragédia de Chicago, que culminou na condenação à morte de um grupo de anarquistas, teve como ponto culminante a greve iniciada em 1º de maio de 1886 pela jornada de oito horas (2).
Por sinal, esse fato deu início à mobilização mundial pela redução da jornada de trabalho, transformando o Primeiro de Maio em data de combate e de reflexão. Desse modo essa data, o “1º de maio está intimamente ligado ao empenho para a redução do horário de trabalho” (3).
Contribuiu para isso as resoluções votadas no Congresso socialista de Paris de 1889 que “decidiu sobre a mobilização internacional do 1º de maio” (4).
No Brasil, a luta pela redução da jornada de trabalho caminha a passos lentos em fins do século XIX, tendo em vista as características do país que ainda guardava ranços da recém abolida instituição da escravidão e que apenas ensaiava uma incipiente industrialização. Por outro lado, em 15 de junho de 1890, realizou-se, em São Paulo, uma reunião para fundação de um partido operário que trazia em seu programa a fixação de oito horas de trabalho. Essa pode ser considerada “a primeira expressão do movimento dos trabalhadores pelas oito horas” (5).
Logo a seguir, um grupo de ativistas mobilizou-se para comemorar o dia 1º de Maio como o Dia do Trabalhador em São Paulo.



Em uma reunião de socialistas e anarquistas em abril de 1894, em São Paulo, a qual pomposamente denominam de Segunda Conferência dos Socialistas Brasileiros, decidem comemorar o 1º de maio. Infelizmente nada puderam fazer naquele ano, porque a polícia interrompe a reunião e os leva presos (6).



É provável que, em Santos, tenha se dado a primeira manifestação comemorativa ao 1º de Maio, por iniciativa do Centro Socialista fundado por Silvério Fontes e outros (7).
Em Sorocaba, o dia Primeiro de Maio já era comemorado desde o início do século XX, pelo menos. Antes, no dia 23 de abril de 1894, segundo o Relatório do chefe de Polícia, foram presos Alexandre Levy e Angelo Belcote, “que affixavam nas ruas e praças d’aquella cidade, boletins sediciosos e anarchicos que convidavam os operários d’aquella cidade a manifestações socialistas no dia 1º de Maio” (8). O historiador e memorialista Antonio Francisco Gaspar relembra uma comemoração do dia do trabalhador, em 1908, a que ele atribui como sendo a primeira realizada em Sorocaba pelos operários da Fábrica de Chapéus Souza Pereira (9). Após coleta de dinheiro entre os operários, realizou-se um piquenique na fazenda do Banco União, acompanhado de Banda Musical e tiros de fogos de artifício. De fato, não foi a primeira comemoração do 1º de Maio em Sorocaba. Em 1904, por exemplo, já se registrava a comemoração dessa data (10). O Círculo Socialista Enrico Ferri (11) de Sorocaba foi responsável pela organização do evento, que contou com a participação da banda musical da cidade de Sarapuí e, ainda, com a presença do orador socialista Sílvio Pampione, em conferência realizada no Salão do Club dos Atiradores (12).
O Primeiro Congresso Operário Brasileiro, realizado em 1906, definiu como bandeiras de lutas, entre outras, a luta pela jornada de oito horas, com ênfase na organização de celebrações e protestos no dia 1º de Maio (13).
Em várias localidades, iniciou-se a organização do operariado para que a data fosse celebrada em todas as localidades possíveis. A Federação Operária do Rio de Janeiro, por motivo de dissenções entre seus membros, ficou paralisada de fins de 1906 a março de 1907, o que prejudicou na organização das manifestações (14).
Por sua vez, as resoluções do Congresso Brasileiro estavam em consonância com a decisão tomada no Congresso Operário de Bourges, França, em 1904 que se referia a realizar um protesto mundial, no dia 1º de Maio, para obtenção da jornada de oito horas (15).
A redução da jornada de trabalho esteve presente na maioria dos movimentos grevistas de Sorocaba nas primeiras décadas do século XX. Vemos essa reivindicação na fundação do Sindicato de Resistência dos Tecelões de Sorocaba, em 1906 (16). Também é destaque nos primeiros números do jornal O Operário que publicava, com sobejo, artigos sobre o assunto. Já no segundo número desse periódico, em primeira página aparece o artigo intitulado As 8 horas em cujo trecho afirma:



Tão razoável é ella, que já em muitas partes do mundo tem sido acceita e convertida em bella e fecunda realidade, não obstante a inevitável opposição dos ignorantes e egoístas (17).



A jornada de oito horas foi a principal reivindicação das greves de 1911 (18); estava presente nas petições das greves de 1917; foi conquistada de forma precária em 1919; teve ameaça de revogação em 1920 e foi uma das principais bandeiras nas greves de 1927 e 1928.
A luta pela jornada de oito horas começou a ser resolvida em 1932, quando um decreto federal (19) obrigou a implantação da semana inglesa.



Semana ingleza na industria
A superintendência geral das fabricas locaes da Cia. Nacional de Estamparia também estabeleceu, a partir de hoje, o dia de 8 horas, na conformidade com o decreto do dictador Getulio Vargas. Também ahi, por esse motivo, o operariado não escondeu o seu justo contentamento pela conquista que nos colloca ao nível dos paizes que comprehenderam as razões das reivindicações do elemento productor (20).



Antes, em 06 de junho, a Fábrica Votorantim já havia posto em prática a jornada de oito horas para seus operários. Coincidentemente, nesse mesmo ano de 1932, foi um ano de agitações, com uma organização comemorativa ao 1º de Maio com “excepcional decorrência” (21), com greve dos sapateiros que lutavam pela melhoria do salário e contra a intenção de redução do mesmo pelos patrões (22)e, também, dos padeiros que buscavam obter que o serviço das padarias se desse apenas durante o dia. Foi, também, o ano da chamada Revolução Constitucionalista.
A sedimentação do direito à jornada de oito horas se deu em 1934, com a legislação getulista.

Notas:
(1) MELLA, Ricardo. Primeiro de Maio: Dia de luto e luta. Rio de Janeiro: Achiamé, 2005, p. 19.
(2) Idem, p. 27.
(3) DEL ROIO, José Luiz. A história de um dia – 1º de Maio. São Paulo: Ícone, 1998, p. 13.
(4) Idem, p. 45.
(5) Idem, p. 51.
(6) Idem.
(7) Idem, p. 52.
(8) "Relatório apresentado ao secretário dos negócios da Justiça de São Paulo pelo chefe de Polícia Theodoro Dias de Carvalho Júnior", de 31 de janeiro de 1895, documento gentilmente enviado pelo pesquisador Pedro Cunha. AESP, nº E01630.
(9) Diário de Sorocaba, 1º maio 1982, p. 14.
(10) Cruzeiro do Sul, 04 maio 1904, p. 02.
(11) Enrico Ferri era dirigente do PS (Partido Socialista) italiano. Visitou o Brasil em 1908, Cf. PINHEIRO, Paulo Sérgio., HALL, Michael. A classe operária no Brasil. São Paulo: Alfa-Omega, 1979, pp. 142 - 143.
(12) Cruzeiro do Sul, 30 abr 1904, p. 02.
(13) FARINHA NETO, Oscar. Atuação libertária no Brasil. Rio de Janeiro: Achiamé, 2007.
(14) PINHEIRO, Paulo Sérgio., HALL, Michael. A classe operária no Brasil. São Paulo: Alfa-Omega, 1979.
(15) O Operário, 1º maio 1910, p. 01. Ver também: DEL ROIO, Op. Cit., p. 58.
(16) DIAS, Op. Cit. p. 261.
(17) O Operário, 02 ago 1909, p. 01.
(18) BARREIRA, Luiz Carlos. Contribuições da história da escola pública sorocabana para a história da educação brasileira. In LOMBARDI, José Claudinei et al. A escola pública no Brasil: História e historiografia. Campinas: Autores Associados/Histedbr, 2005.
(19) Decreto 21364 de maio de 1932, que regulamentava as oito horas de trabalho industrial.
(20) Cruzeiro do Sul, 07 jun 1932, p. 01.
(21) Cruzeiro do Sul, 03 maio 1932, p. 01.
(22) Cruzeiro do Sul, 18 e 20 maio 1932, p. 04.

domingo, 18 de abril de 2010

Oficina de Sensibilização

Recebi o convite abaixo, por e-mail, e retransmito a vocês:

Centro de Direitos Humanos e Segurança Pública
“Celso Vilhena Vieira” da Academia de Polícia

Convida para Oficina de Sensibilização:
“A Polícia Judiciária e as Questões Práticas no âmbito das Relações Etnico-raciais”

Evento organizado pelos seguintes órgãos:
Coordenação de Políticas para População Negra e Indígena
Conselho Estadual de Participação e Desenvolvimento da Comunidade Negra
Núcleo Regional de Ensino da Acadepol — Sorocaba

23 de Abril de 2010— Sexta-feira
Das 9h às 12h

Local: Auditório Jornal Cruzeiro do Sul
Avenida Engenheiro Carlos Reinaldo Mendes, 2.800 — Alto da Boa vista – SorocabalSP


OFICINA DE SENSIBILIZAÇÃO
“A Polícia Judiciária e as Questões Práticas no Ambito das Relações Etnico-raciais”

MINUTA

DE PROGRAMAÇÃO
09h às 12h - Recepção
- Inscrição 1 Lista de Presença
09h - Abertura
- Composição da Mesa:
1) Diretor do Núcleo de Ensino (fala: 5 mm)
2) Presidenta do Conselho Estadual da Comunidade Negra (fala 10 mm)
3) Coordenadora — Coordenação de Políticas Para a População Negra e Indígena (fala: 20 minutos — prorrogado por + 10, se o caso)
09h40 - Expositor: Indicado pelo Núcleo de Ensino (fala 20 mm — prorrogado por +10 se o caso)
10h - Expositor: Indicado pela OAB (fala 20 mm — prorrogado por +10 se o caso)
10h20 - Expositor: Indicado pela Coordenação, se o caso.
10h40 - Exposição de Caso Prático (local e/ou regional)
11h10 - Perguntas em blocos de 5 para os Expositores
11h30 - Considerações Finais 1 Expositores
11h40 - Entrega de Certificados
- Coffee Break
12h - Encerramento

sábado, 10 de abril de 2010

Mais um pouco do Batuque e da Umbigada



Recebi, por e-mail, a mensagem abaixo:

Olá,

A partir do próximo sábado, dia 10 de abril, o Ingoma Paulista, núcleo do Kolombolo diá Piratininga que realiza pesquisas e atividades relacionadas às expressões populares paulistas, promove palestras, apresentações e oficinas de construção de instrumentos sobre três das principais manifestações afrobrasileiras do Estado de São Paulo: Samba de Bumbo, Batuque de Umbigada e Jongo.
Os encontros fazem parte do projeto A Ingoma Paulista: Samba de Bumbo, Jongo e Batuque de Umbigada e serão realizados gratuitamente, em sua maioria no Teatro da Vila, sempre aos sábados, marcando um encontro de gerações com a presença de mestres e também de grupos que se formaram recriando as tradições desses batuques na capital.
O evento de abertura (10/04) contará com a palestra “Introdução à Ingoma Paulista”, do Prof. Alberto Ikeda, do Instituto de Artes da Unesp, e o “Encontro das ingomas da capital”, com os grupos Cachuera, Sambaqui e Kolombolo apresentando os três batuques (confira a programação completa no flyer anexo).

Sobre o Projeto - O projeto “A Ingoma Paulista: Samba de Bumbo, Jongo e Batuque de Umbigada”, foi vencedor do edital Promoção da Continuidade das Culturas Tradicionais do Programa de Ação Cultural (ProAC) da Secretaria de Estado da Cultura.
O objetivo é apresentar ao público em geral um panorama teórico e prático dos batuques paulistas e promover a agregação e a cooperação entre as pessoas e grupos que já desenvolvem atividades, teóricas e práticas, ligadas aos batuques paulistas tendo sempre como referência os mestres tradicionais.
Estarão presentes o Batuque de Umbigada de Tietê, Piracicaba e Capivari, o Jongo do Seu Antonio Moreira de Cunha, o Jongo Cabloco de Lagoinha, o Samba-Lenço de Mauá e o Samba de Roda da Dona Aurora, de Vinhedo e Louveira. Ao lado da tradição original, estarão os grupos Cachuera, Sambaqui e Kolombolo.

Serviço:
10/04 - Abertura
14h-17h - Palestra "Introdução à Ingoma Paulista"
Prof. Alberto Ikeda (Unesp)
Teatro da Vila (Rua Jericó, 256 - Vila Madalena)

18h-21h - Encontro das ingomas da capital
Grupos Cachuera, Sambaqui e Kolombolo
E. E. Brasílio Machado (Rua Morás, 630 – Vila Madalena)

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Comunicação
Kolombolo Diá Piratininga
www.kolombolo.org.br
twitter.com/kolombolo


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sexta-feira, 9 de abril de 2010

Padre Cícero revisto


O amigo Valdecy Alves, cearence de Senador Pompeu (mas que residiu e agitou a cultura de Sorocaba na década de 1990), produziu um interessante documentário sobre a vida de Padre Cícero. O documentário tem por título "Padim Ciço, santo ou coronel?" e pode ser assistido no Blog do Valdecy (http://valdecyalves.blogspot.com/p/videos.html).

No próprio Blog você tem uma sinopse do documentário, que publico abaixo:

Documentário abordando a vida de Padre Cícero, mostrando-o por completo, com todas as suas virtudes e críticas dos inimigos da época. Foram dois anos de filmagens, 2007 e 2008, em duas romarias de finados. Há depoimentos de sociólogos, artistas, entrevistas e imagens dos romeiros que fazem de Juazeiro do Norte um espetáculo e de Padre Cícero um símbolo da resistência dos excluidos sociais, através da religiosidade. Conheça por completo Padre Cícero, o Cearense do Século e um dos grandes personagens da história da América Latina. Santificado pelo povo, renegado pela igreja, odiado e amado ao mesmo tempo, o que é comum às grandes personalidades.


Assisti ao documentário e gostei. Enviei ao Valdecy as minhas observações sobre o filme:

Valdecy Alves:
Uma vez mais você nos surpreende com a santificada ousadia de nos perturbar (no sentido positivo de instigar e remexer o que parecia sedimentado em nossa mente) arrebatando-nos do marasmo e apresentando-nos a controvertida figura de Padre Cícero sob óticas pouco vistas ou debatidas. Certamente a lição que deveríamos ter aprendido com a História é que sendo ela prima-irmã da Mitologia, mesmo assim por um capricho da natureza, não produz filhos heróis como a outra. Somos homens, embora não nos conformemos com tal limitação. E essa inconformidade gera a elevação de ícones em mitos heróicos, imortais. Por outro lado, atiça o deus da inveja - universal deus que soprou nos ouvidos de Caim, de Rômulo, de Iago e riu-se da desgraça de Édipo e Jocasta / Iemanjá e Orungã - que logo arrebanha adeptos para criar rótulos do inversamente proporcional vitupério: os heróis são, para seus inimigos, os demônios.
Porém, seu documentário transcende essa visão aristotélica-maniqueísta e dicotômica para apresentar outras possibilidades, algumas dialéticas, de corrigir as distorções e trazer a figura de Padre Cícero para o local que lhe convém: o de um homem em seu tempo.
Parabéns!
Carlos Carvalho Cavalheiro.
05/03/2010.


segunda-feira, 5 de abril de 2010

Boletim Casa das Áfricas

Caso tenha problemas na leitura, acesse aqui.

História

Em memória às vítimas do Massacre de Sharpeville

Angola Press

Assinalou-se, no dia 21 de março, o Dia Internacional de Luta pela Eliminação da Discriminação Racial, instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU), em memória às vítimas do Massacre de Sharpeville, um bairro sul-africano da província de Gauteng. Em 21 de Março de 1960, vinte mil negros protestavam contra a “Lei do Passe”, que os obrigava a portar cartões de identificação, especificando os locais por onde eles podiam se movimentar no país. Mesmo sendo uma manifestação pacífica, o exército atirou na multidão e o saldo da violência foi de 69 mortos e 186 feridos. Desde esse triste dia, registraram-se profundas alterações no contexto das nações, continuando no entanto a manifestar-se, nas mais diversas formas, a discriminação racial. A Declaração Universal dos Direitos do Homem, implementada em 1948, no seio da ONU, estabelece regras que, sendo cumpridas, não permitem a discriminação racial. É no aprofundamento destes conceitos que devem assentar as formas de luta em prol de uma universalidade de direitos e deveres, onde não haja mais lugar para formas de discriminação, sejam elas quais forem. (foto: protesto em Sharpeville, 1960) Leia mais

Artigos relacionados

A África do Apartheid. A esteira de Sharpeville Kaosenlared

Saúde

Aparelho a laser no combate à malária para áreas rurais sem eletricidade?

Sonia Shah

Nathan Myhrvold é ex-chefe de tecnologia da Microsoft e fundador de uma organização privada que investe em "inventos puros". Na TED anual deu uma conferência dedicada a exaltar a tecnologia e explorar a desgraça de milhões de mulheres e famílias africanas para cobrir o seu negócio com um manto de necessidade moral. "A cada 43 segundos uma criança morre de malária", disse ele à multidão e apresentou a sua mais recente invenção: um sistema de armamentos no estilo de Star Wars em miniatura capaz de seguir os mosquitos em pleno voo e abatê-los com raios laser. E... pronto: esta-se a caminho de erradicar a malária na África para sempre. Naturalmente, isso nunca vai funcionar. Muitas clínicas rurais na África nem sequer têm redes mosquiteiras nas janelas, como conseguiriam instalar sistemas contra mosquitos a laser? Nas aldeias onde a malária é endêmica não há electricidade e alguns não têm sequer água encanada. Essa é a razão pela qual a campanha internacional para combater a malária "Paremos a malária" há anos tenta generalizar outras medidas. Como a distribuição de medicamentos baratos, que não precisem de refrigeração, e mosquiteiros para as camas. (foto: aparelho a laser para eliminar mosquitos da Intelectual Ventures) Leia mais

Artigos relacionados

A farsa da vacina de 10 bilhões de dólares de Bill Gates Thomas C. Mountain

Direitos Humanos

A homofobia divide a África

afrol News

As leis homofóbicas em Uganda e o julgamento de dois homossexuais no Malawi são apenas dois exemplos que demonstram uma tendência conservadora em relação às minorias sexuais na África. Mas em outros países, principalmente na África do Sul, gays e lésbicas gozam de uma grande liberdade. As atuais reações conservadoras frente à homossexualidade se concentram em uma faixa que se estende da Etiópia a Zimbábue, incluindo a maioria dos países da África Austral e Oriental. Tudo indica, à primeira vista, que se trata de uma guerra de valores entre a África e as nações ocidentais. Na verdade, a questão dos direitos dos homossexuais na África está, em grande medida, avançando. Malawi é um exemplo de uma sociedade pr ofundamente conservadora, onde a religião tradicional se mistura com os valores da Igreja anglicana, formados durante a era colonial. Em Moçambique, Zimbábue e Zâmbia, organizações nacionais de direitos humanos apresentaram pela primeira vez a questão à opinião pública. Nos países da África Oriental, isso tem sido mais difícil por causa das fortes campanhas políticas e religiosas contra a homossexualidade. Este ano, no entanto, todos os países da região têm observado o surgimento de suas primeiras organizações nacionais em defesa dos direitos dos homossexuais. (foto: casal, preso por casamento gay no Malawi, espera audiência para fiança) Leia mais

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Uganda: Homossexuais fugitivos em seu próprio país Evelyn Matsamura Kiapi

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Seleção de notícias e artigos de análise da atualidade política, econômica, social e cultural do continente africano.

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Sempre recebo, por e-mail, o Boletim "Casa das Áfricas", que segue acima (esse eu recebi hoje e estou dividindo-o com vocês). Há assuntos muito interessantes nesse boletim. Quem quiser pode acessar o site: http://www.casadasafricas.org.br/

O e-mail do Boletim é: boletim@casadasafricas.org.br

Dois assuntos muito interessantes neste Boletim de Abril: o Massacre de Sharpeville e a Homofobia na África. Vale a pena dar uma olhada.

Forte abraço, Carlos.

sábado, 3 de abril de 2010

Batuque de Umbigada em Piracicaba


O batuque de Umbigada é uma manifestação presente em diversas localidades do Brasil, com algumas alterações e nomes distintos. Ela está presente em alguns Côcos de Pernambuco, no Tambor de Crioula do Maranhão etc. Na região do Médio Tietê, no Estado de São Paulo, a umbigada se mantém como um dos últimos resquícios da escravidão negra na região, dominada pela produção de cana de açúcar. Antigamente, podia-se ver grupos de umbigada em Sorocaba, Porto Feliz e Itu. Hoje, restringe-se a algumas cidades como Piracicaba, Capivari, Tietê e Rio Claro (nesta última, a banda Fulanos de Tal - que mistura as músicas tradicionais do Médio Tietê como o tambu, o cururu e o batuque com linguagem pop e rock - produziu um CD com o Tambor do Congo grupo de umbigada). Por falar nisso, um abraço aos amigos Newton Barreto e Clécio Stuani.
Fiz essa introdução para dizer que recebi do amigo Vanderlei Bastos, de Piracicaba, o convite para uma noite do Batuque de Umbigada, conforme segue abaixo.

culturaspopulares] NOITE DO BATUQUE DE UMBIGADA EM PIRACICABA SP Domingo, 21 de Março de 2010 12:39
De: "vanderleibastos"
Para: culturaspopularesBR@yahoogrupos.com.br

SARAVÁ BATUQUEIROS E BATUQUEIRAS GRANDE NOITE DO BATUQUE DE UMBIGADA EM PIRACICABA SP, O EVENTO ACNTECERÁ NO DIA 08/05/10 Á PARTIR DAS 23:00HS COMEMORANDO MAIS UM ANIVERSÁRIO DA SOCIEDADE TREZE DE MAIO E CONTARÁ COM AS SEGUINTES PARTICIPAÇÕES:
-BATUQUE DE UMBIGADA DE PIRACICABA, TIETÊ, CAPIVARI E RIO CLARO
-CASA DE BATUQUE DE FOGO VERDE
-PROJETO CASA DE BATUQUEIRO
-ASSOCIAÇÃO CULTURAL ERÊS
GRANDE OPORTUNIDADE PARA REVERMOS VELHOS AMIGOS E ENCONTRARMOS OUTROS NOVOS
-CLUBE TREZE DE MAIO
-RUA TREZE DE MAIO 1118
-CENTRO PRÓXIMO A ESTAÇÃO RODOVIÁRIA
-PIRACICABA SP
OBS - QUEM VEM ?
DEIXE SEU TOQUE

"Vanderlei Bastos" : vanderleibastos@yahoo.com.br

Fonte da imagem: http://doceinfancia.ning.com/group/vamosparamaracangalha