Pouca gente talvez se lembre que
em 2004 realizou-se um movimento para redução do salário dos vereadores
sorocabanos, o qual havia tido o aumento autorizado pelos mesmos em sessão da Câmara Municipal. O fato causou polêmica e
gerou mobilização da população.
Na época destacou-se a professora
aposentada Celina de Campos Pimentel, então com 73 anos de idade, que se
manifestou na imprensa local dizendo: "Que decepção! Que tristeza! Mas o
povo não pode parar aqui: precisa buscar outros meios, descobrir uma fórmula de
reverter a situação".
Celina ganhou notoriedade e
destaque nacional ao iniciar uma campanha de coleta de assinaturas requerendo
que a decisão que deu o aumento de salário aos vereadores – que na época havia
passado a ser R$ 9 mil mensais – fosse revertida. Celina de Campos Pimentel
tornou-se um símbolo da luta, destacando-se como mulher, como educadora e como
um exemplo de vida ao lutar pelo que considerava justo aos 73 anos de idade. A
campanha teve múltipla adesão, especialmente de representações da sociedade
civil e de estudantes. O resultado foi a aprovação da redução do salário dos
vereadores em 17 de junho de 2004.
Segundo o que publicou a imprensa
na época, os vereadores que se posicionaram inicialmente contra o aumento dos
próprios salários foram Antônio Rodrigues Filho, o "Mixirica" (PSDB),
Arnô Pereira, Gabriel Bitencourt, Raul Marcelo e Tânia Bacelli (PT).
Essa é uma história que vai
caindo no esquecimento. Por isso, com tristeza li o obituário de alguns dias
atrás dando conta do falecimento de Celina de Campos Pimentel, sem que não
houvesse, pelo que tenho visto, manifestação alguma para lembrar a importância
que ela teve naquela mobilização popular de 2004. Infelizmente, temos memória
curta... demais.
Para não ficar no esquecimento,
insiro aqui os dados biográficos de Celina constantes no obituário: Nasceu em
15 de novembro de 1930 e faleceu em 28 de janeiro de 2016. Tinha sete filhos:
João Carlos, Rubens, Lauro, Maria da Graça, Tomaz, Clovis e Valéria.
Carlos Carvalho Cavalheiro
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