quarta-feira, 31 de março de 2010

Um nome esquecido na História da Abolição


Praticamente estamos em abril e o tempo correu... voou... Logo chegaremos à Maio, data em que, há 122 anos, a escravidão deixou de ser uma prática legal no Brasil. Já falei aqui do Preto Pio, líder escravo que conduziu uma massa de centenas de cativos de Capivari, no interior paulista, até o Quilombo do Jabaquara (entre Santos e Cubatão). Mas há um outro personagem que gostaria de lembrar: o advogado e jornalista Antônio Bento. Foi ele quem organizou a Ordem dos Caifazes, sociedade abolicionista paulista que partiu para a luta aberta contra a escravidão, organizando fugas em massas das fazendas, estourando cadeados das senzalas, conduzindo os negros até o Jabaquara e dando assitência em todo o trajeto da fuga. Sem a atuação da Ordem dos Caifazes, provavelmente a escravidão ainda perduraria por alguns anos. Foi a fuga em massa de escravos que tornou insustentável a instituição escravocrata. Antônio Bento de Sousa e Castro foi uma figura lembrada e celebrada nos anos que sucederam à libertação dos escravos (13 de Maio). Gradualmente, foi sendo esquecido, especialmente depois de sua morte em 1898.

Antônio Bento foi ainda redator de um jornal abolicionista, A Redempção, o que demonstra o quanto percebia que a luta contra a escravidão (e por que não, contra o preconceito?) merece e carece de posicionamento em vários setores.

Um viva à memória de Antônio Bento.

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