segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

O Descaminho da Era Kadafi


(A bandeira monocromática verde do regime de Kadafi vem sendo substituída pela antiga bandeira da monarquia. Como se chegou a esse retrocesso?)

Por Carlos Carvalho Cavalheiro 22/02/2011 às 22:27



Há algum tempo não se ouvia falar em Muamar Kadafi, o coronel líbio que, aos 27 anos liderou uma revolução de caráter socialista-islâmico pondo fim ao reinado absolutista e corrupto do rei Idris I.


Desde 1951, Idris comandava o país que, a despeito de possuir petróleo, contava com uma população extremamente pobre e uma economia frágil. A renda per capita era estimada, naquela época, em 40 dólares. Liderando um grupo de soldados e oficiais rebeldes, em setembro de 1969, Kadafi liderou uma revolução que mudou os rumos do país e acabou com o reinado de 18 anos de Idris.


Na década de 1970, o mesmo Muamar Kadafi lança "O Livro Verde", no qual expõe suas ideias para a reconstrução de um país baseado em valores como a Democracia direta (sem representantes políticos), o socialismo islâmico e uma nova sociedade pautada pela organização tradicional.


Hoje vemos toda essa História entrando numa espiral de descaminho, se contradizendo e desmentindo sua própria consciência. O mesmo homem que disse: "Nada pode substituir o povo" e que "A democracia é o poder do povo pelo povo"; é o mesmo que autoriza e ordena ataques genocidas a esse mesmo povo quando este ousa exercer o que lhe é mais legítimo: o direito de escolher seu próprio destino!


O sonho da República Livre e soberana se desfaz com a triste realidade que se imprime nos jornais: centenas de pessoas estão sendo mortas na Líbia e já não há como distinguir o atual regime com aquele derrubado na década de 1950.


Através dos ideais da revolução líbia criou-se uma organização intitulada Mathaba, cujo um dos princípios é "prestar solidariedade aos povos que lutam pela sua emancipação".


É o caso de se perguntar: Não passou da hora da Mathaba ajudar a própria Líbia?


Como no livro "A Revolução dos Bichos", de George Orwell, nos deparamos com a cena em que homens e porcos se juntam e o povo, que a tudo assiste, cria a consciência de que, assim juntos, não há como distingui-los.


22.02.2011.


Carlos Carvalho Cavalheiro


extraído de: http://prod.midiaindependente.org/pt/blue/2011/02/487222.shtml

Poessíntese

Hoje eu descobri o que é Poetrix (um terceto - estrofe de 3 versos - com total máximo de 30 sílabas poéticas). Se bem aprendi, é isso. Acaba lembrando o Hai-Cai, mas é diferente. Há um site do movimento Poetrix, bastante legal: http://www.movimentopoetrix.com/index.php
Arrisquei fazer algo:


Saloon

Dia Nublado...
Garganta e alma secas
No bar, não sei se tomo hai-cai ou poetrix?

28.02.2011


Por outro lado, pensei numa outra forma mais sintética de poesia: a de versos compostos apenas por monossílabos e/ou dissílabos... Os poessínteses... Maravilha que nasceu graças a longa fila de espera num Banco:

Poessínteses


ADILENE
Sei
que
te
amo
mais
do
que
sei
que
sou
o
que
sou.

28.02.2011

A LUA

Sim,
vou
até
o
fim
da
rua
ou
pra
Lua
que
nua
ri
de
mim.
Que
sou
e
amo
o
que
tem
em
si
a
Lua
de
boa
em
mim.
Pois
voa
à
toa
no
céu
tão
em
si,
mas

o
bem
que
faz
em
mim.

28.02.2011

ADILENE II

Pré...
Antes
de
ti
sou
eu

um
em
um
só,
por
não
ter
a
ti
e
ser
dois
em
um
só.

28.02.2011

SOLIDÃO

Sou
tão

que
não
sei
mais
quem
sou.

28.02.2011.


MISTÉRIO

Quem
viu
o
véu
da
Lua?
Quem

seu
ser
ter
o
que
é
o
céu?

mel
tal
como
o
fel?

28.02.2011

domingo, 23 de janeiro de 2011

Por que sou professor?

Algumas pessoas me perguntam: Por que ser professor? Não é uma profissão valorizada (ao menos como deveria ser), nem prestigiada. Nem sempre as pessoas - pais, alunos, colegas... - entendem o seu trabalho e nem o valor de sua dedicação.
Então, por que ser professor? É que, às vezes, surpreendentemente, recebemos a informação de que alguém entendeu o seu trabalho... No dia 27 de dezembro, como presente de Natal (atrasado), recebi da minha aluna Kênia Machado, que se formou em 2010 no Ensino Fundamental, a mensagem que compartilho com vocês. Aí poderão saber porque eu sou professor.


Olá Professor Carlos!


Bom, eu infelizmente não pude te convidar para ser o nosso "paraninfo" na formatura, pois não dependia só de mim, sabe como é né... a sala inteira quem decide!
mas gostaria que soubesse que desde o começo do ano, eu já queria que fosse o senhor.
Pois acho que ninguém melhor para ser o paraninfo de uma sala do que um professor que esteve com a gente desde que entramos para o ginásio, que nos preparou para o vestibulinho, que apostou na gente na Olimpíada de História, que mesmo sabendo que era meio que injusta a olimpíada acreditou em nós!
Não sei se realmente era isso, mas eu via que o senhor gostava da gente, tanto que de uma certa forma conhecia as dificuldade e as facilidades de cada um, sabia até quais eram os grupinhos rsrs.
Olha, você sempre manteve a pose de "durão" com a gente, mas mesmo assim, sabíamos reconhecer a sua maneira de ensinar, eu pelo menos sempre admirei a sua postura! e que postura hein, Prof°.
Aprendi e tenho certeza que todos aprendemos o significado de ética e o que é ser uma pessoa ética, aprendemos que temos no mínimo o direito de vivermos em um ambiente limpo rsrs, aprendemos o que é APOGEU, enfim... foram tantas coisas!
Coisas que o senhor pode ter achado: "duvido que daqui a uma semana eles vão lembrar disso", não professor, levaremos para a vida toda cada palavra que procuramos no dicionário nas suas aulas (ou quase todas), a organização que era bem clara em tudo o que o você fazia!
Muito obrigada professor, por fazer de nós, pessoas de verdade! Obrigada por nos mostrar que temos direitos, por abrir nossos olhos diante da sociedade, por nos preparar para a vida!
Lembro perfeitamente de quando o senhor nos disse: Até aqui e vida é fácil pra vocês, mas a partir do ano que vem vocês vão até assustar, nada vai ser igual, vai ser tudo mais difícil!
É disso que precisamos, era isso que queríamos! e felizmente tivemos o senhor para nos orientar!
Com você enxerguei a sujeira que é a sociedade, e que se não lutar pelo que quero, vou apanhar muito, aprendi também que não posso me deixar abater com as dificuldades e os desafios da vida, pois Deus gosta de guerreiro, ele quer guerreiros, quer que sejamos persistentes e que lutemos pelos nossos objetivos!

Professor, tenho certeza que foi Deus quem te mandou para me dizer aquelas coisas naquele meu momento de fraqueza!

Bom, o que a gente quer dizer, a gente nunca diz realmente... mas eu acho que o principal escrevi aqui!

Muito obrigada professor, não sei você, mas eu te considero meu amigo!
Obrigada por cada conselho, por enxergar quando estava triste e tentar me animar, por fazer parte da nossa historia no Coronel, por ter sido paciente comigo!
enfim, acho que fazer pelo senhor o que você fez por mim não vai ser tão fácil, mas agora que eu já sei que você acredita em mim, eu vou vencer!

Toda a felicidade do mundo para o senhor, você merece,e pra sua esposa também... Um Feliz Natal atrasado e um Próspero ano Novo! Que em 2011 outros alunos tenham a mesma oportunidade que eu tive!

Um forte abraço Kenia!

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Saiu: "O Mistério Revelado" - Jesus dos 13 aos 30 anos




RECLUSÃO DE CRISTO - [ 29/12 ]
Pesquisador lança livro sobre período pouco comentado da vida de Jesus
José Antônio Rosa
Notícia publicada na edição de 29/12/2010 do Jornal Cruzeiro do Sul, na página 1 do caderno B - o conteúdo da edição impressa na internet é atualizado diariamente após as 12h.


Por onde andou e o que fez Jesus dos 13 aos 30 anos de idade? Por que esse período da biografia do símbolo maior do Cristianismo foi tão pouco discutido e dado a público? Quais teriam sido as experiências por ele acumuladas? Para tentar responder a essas e outras tantas perguntas, o pesquisador Carlos Carvalho Cavalheiro debruçou-se durante dois anos sobre textos bíblicos, evangelhos apócrifos e outras fontes às quais teve acesso e produziu “O Mistério Revelado”, seu décimo segundo livro, já disponível para venda.


Estudioso de teologia, Cavalheiro não pertence a denominação religiosa específica, mas assume sua formação evangélica. O tema tratado na obra desde sempre o intrigou, tanto quanto a outros autores que investigaram a quase reclusão do Cristo. Personagem emblemático, daqueles que oferecem múltiplas possibilidades a quem escreve, Jesus inspirou, e ainda inspira, um sem número de versões de sua própria vida. Dele já se contou, seguramente, de tudo um pouco.


Na Bíblia consta que ele nasceu da Virgem Maria, operou milagres, caiu em desgraça com o governo da época que o encarava como uma grave ameaça ao sistema então vigente, foi condenado à morte por crucificação e ressuscitou. Carlos Cavalheiro, no entanto, quis ir além e foi buscar informações sobre o por que de, a partir de certa época, Jesus ter sido relegado ao ostracismo. É curioso, para dizer pouco, que alguém com a importância do filho de Deus, tenha simplesmente desaparecido, sem deixar rastro.


Não foi o que aconteceu, na verdade. Cavalheiro lembra que, antes, aos 12 anos, Jesus Cristo protagonizou a célebre discussão com os doutores, conforme relatado por Lucas. Era costume os pais levarem seus filhos a Jerusalém na Festa da Páscoa. E o mesmo aconteceu com Jesus, que foi para lá e acabou ficando na cidade, sem que José e Maria soubessem. Os dois pensavam que ele tinha seguido viagem de volta com outros do grupo e, ao descobrirem que não, retornaram e o encontraram no templo, ouvindo e interrogando os eruditos, como eram chamados. O então adolescente impressionou a todos por sua inteligência.


A partir daí, Jesus parece ter tomado rumo ignorado. Ou melhor, há quem acredite que teria seguido com destino à Índia e lá se mantido. Carlos Cavalheiro, porém, soma-se aos teóricos que não concordam com essa possibilidade. A tese, argumenta, baseia-se em provas inconsistentes e circunstanciais. “São citações reproduzidas sem aprofundamento”, diz. A versão de que Jesus teria viajado ganhou força no século XIX, a partir de estudos divulgados. Um deles, do russo Nicolau Notovitc, revela que, num monge budista foram encontradas referências sobre o “Santo Issa”, nome dado pelos muçulmanos a Jesus.


Em “O Mistério Revelado”, o escritor alega que o hiato de dezessete anos, tão comentado por seu caráter obscuro, não teria despertado o interesse dos evangelistas, já que nenhum fato mais relevante ocorreu. “Jesus descobriria o seu Ministério aos 30 anos”, diz Cavalheiro. Na prática, portanto, as mais significativas passagens da vida do Messias tiveram lugar desde então. Em três anos, ele esteve à frente dos episódios que transformariam a história da humanidade.


O livro refere que Jesus Cristo viveu, dos 13 aos 30 anos, uma rotina normal. Ajudava o pai na carpintaria e fazia o que jovens de sua idade faziam. Não constam registros de que tivesse se envolvido com mulheres, como sugerido no best-seller “O Código Da Vinci”. “Para muitos, a linha que separa a ficção da realidade, no que se refere a Jesus Cristo, é tênue, mas podemos separar uma coisa da outra”, garante Carlos Cavalheiro. “Essa é uma discussão válida, salutar, que só acrescenta”.


Cavalheiro lembra que, para a sociedade da época, as pessoas com 30 anos eram mais experientes, e se faziam respeitar. “Balzack teria gostado de saber disso, já que usou esse mote para valorizar as mulheres num de seus mais conhecidos romances”, brinca. Ele não considera que o trabalho possa, de alguma forma, comprometer a figura do personagem, ou sua aura de divindade. “Não me parece ser o caso. As pessoas têm muito claro a importância de Jesus. Ademais, a pesquisa só procura apurar o que houve no intervalo de dezessete anos. Eu acredito que tenha colaborado, ainda que em parte, para esclarecer muitas das dúvidas a esse respeito”.


“O Mistério Revelado” (Crearte Editora) pode ser adquirido ao preço de R$ 20, na Livraria Nacional, à rua da Penha, 823. A partir da próxima semana, estará à venda, também, na Pedagógica, à rua Padre Luiz, 235.

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Revirando as gavetas de 2010...






Foi em 2010 que realizei mais um curso bíblico avançado (Livro de Mateus), ministrado pela Igreja de Cristo de Sorocaba, sob a orientação dos professores John L. Pennisi e Genildo Araújo. Nas fotos acima, a solenidade de entrega de certificados do curso. Não sou muito afeito a solenidades, mas a afeição do pessoal da Igreja é tanta, que nos sentimos acolhidos como se fosse em nossa própria casa. Gosto muito de frequentar os cursos da Escola da Bíblia. Enriquecem sobremaneira o conhecimento teológico e da Palavra de Deus. Quero, neste momento, agradecer a todos, colegas e professores, da Escola da Bíblia que compartilharam comigo os momentos de estudo. E olha que não é de agora. O primeiro curso que fiz - Básico de Teologia Bíblica - foi em 2002! As fotos são de Adilene Cavalheiro.


Ainda em 2010, lancei o livro "Vadios e Imorais", projeto que já estava a espera de recursos para publicação desde 2007. Nesse livro, conto um pouco da trajetória dos negros sorocabanos após a Abolição. A foto, tirada no Jornal Cruzeiro do Sul, é de autoria de Adival B. Pinto.


Outros momentos de 2010...


Conhecemos - eu e minha esposa Adilene - o ator Carlos Miranda, em Águas de São Pedro / SP - durante uma exposição de Carros Antigos.


Carlos Miranda interpretou, na década de 1960, o Vigilante Carlos na série de TV brasileira "O Vigilante Rodoviário". Claro que não assisti na época, pois nem havia nascido. Mas há algum tempo saiu a série toda em DVD. Adquiri, pois em casa todos falavam muito do seriado.


Gostei. A série retrata um período de confiança e de ufania pelo Brasil (foi antes do famigerado Golpe Militar). Carlos Miranda é considerado o único ator que se tornou seu próprio personagem, tendo em vista que prestou concurso público e se tornou policial rodoviário.



Na Bienal do Livro de São Paulo, tive oportunidade de conversar com a escritora Janaína Azevedo Corral, autora de uma série de livros sobre a Umbanda, editados pela "Universo dos Livros". Entre os títulos estão: "Tudo o que vocês precisa saber sobre Umbanda" (3 volumes); "O Livro da Esquerda na Umbanda" e "As Sete linhas da Umbanda"...

Muito simpática, Janaína perdeu alguns minutos de seu tempo conversando um pouco conosco. Quem quiser saber mais sobre ela, pode acessar o site http://www.casadejanaina.com/



Gosto muito de Itu. Sempre que posso, dou uma esticada até lá. Aqui eu flagrei a Adilene tomando o café Cappuccino que tanto gosta (aliás, gostamos). Mas não há Cappuccino melhor no mundo do que o feito no "Zuleika's", em Águas de São Pedro. Podem apostar.



sábado, 25 de dezembro de 2010

2010 está finalizando...

2010... Um ano bom, mas que já se vai. Muitas coisas boas aconteceram, outras nem tanto. Comemoramos e também lamentamos. O importante é que continuamos seguindo - e perseguindo - nossos sonhos. Quando acordarmos, não será mais um sonho e sim, a realidade.






Feliz Natal e Ano Novo a todos.

Carlos Carvalho Cavalheiro.




Abaixo, algumas fotos que gostaria de compartilhar com vocês:


(No trabalho... Sim, eu trabalho. Foto: Wilson Giuli)


















(Adilene Cavalheiro, Carlos e Alexandre Fávero)









(Com Alexandre Fávero, diretor e ator da Cia. Teatro Lumbra de Animação. Foto: Adilene Cavalheiro)
















(Com Zé do Caixão - José Mogica Marins - em Sorocaba. Foto de José Carlos Malzoni)